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fonte: DOL(www.diarioonline.com.br) |
Revelino Fernandes
Algumas ações da sociedade, a priori vistas como inúteis e ineficazes, são primordiais para confirmar que o indivíduo ainda existe e resiste às atitudes políticas que são tomadas pelos poderosos, sem a nossa participação ou consentimento, e que influem diretamente na cultura e história de nosso povo.
Um dia desses, ao passar de ônibus pela extinta Travessa Apinagés, atualmente denominada de Travessa Jerônimo Rodrigues, umas das principais vias de Belém, pude perceber o quanto os moradores se sentiram desrespeitados com a mudança inesperada feita pela CMB, de autoria do vereador Gervásio Morgado (PR).
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fonte: sociedadeparaense.blogspot.com |
Não foi necessário descer do ônibus e perguntar para algum morador daquela rua se ele estava de acordo, feliz com a mudança no nome da travessa. Qualquer indivíduo de bom senso notaria na maioria das casas uma placa com a escrita “Essa rua se chama Apinagés, do começo ao fim”, ou então perceberia uma tarja de tinta preta ocultando o nome de Jerônimo Rodrigues nas placas de endereço nas esquinas, ou ainda perceberia a falta dessas placas, arrancadas pelos próprios moradores. Atitudes de vandalismo? Não. Essas atitudes reforçam apenas o sentimento de desconforto de uma população que ainda se importa com as mudanças que são sancionadas pelo poder público sem a nossa participação.
Essas atitudes, as do poder público, me trouxeram à mente alguns pensamentos indagadores. Primeiro, porque eles tomam essas atitudes tendo tantas outras coisas mais importantes para fazer? Será possível que trocar o nome de uma rua e mudar forçadamente o endereço das pessoas é mais importante e necessário do que, pelo menos tentar, mudar a realidade de muitas ruas de Belém, que estão em condições deploráveis quase impossibilitando o tráfego livre e seguro das pessoas, vistas cansadamente na imprensa todos os dias? Será que dar mais trabalho e confusão às pessoas, ao GPS e ao carteiro, que precisam se readequar ao novo endereço, é mais vantajoso e objetivo do que dar exemplo histórico e cultural, mantendo o nome da Travessa Apinagés e respeitando nativos que foram tão importantes para o desenvolvimento de nossa cultura, e que merecem sim pelo menos a homenagem de serem consagrados como nome de Rua?
Essa não é a primeira vez que acontece um desapontamento dessas dimensões com a população de Belém. Assim ocorreu com a extinta 25 de Setembro, hoje intitulada de Rômulo Mairona. Ressalto que não tenho nada contra a memória das pessoas que tiveram seus nomes descerrados nas ruas, muito pelo contrário, acredito que Belém está precisando mesmo de novas vias e, consequentemente , vias com nomes. Portanto não há a necessidade de trocas e sim de criação.
O mais vergonhoso de tudo isso é que há rumores de que a votação foi ilegal, segundo o vereador Alfredo Costa (PT), um dos descontentes com a decisão. Alfredo Costa e Marquinho do PT votaram contra a mudança e são os únicos que estão, em conjunto com os moradores, reivindicando o cancelamento da lei.
Fato é que persistem os costumes sujos da maioria dos políticos, que só procuram saber e persuadir a opinião pública em época de campanha política. Ocasião em que todos vestem suas batas de humildade e tratam todo mundo com uma educação e solidariedade de comover até os mais espertos. Depois disso a bata é trocada pelos ternos engomados e as gravatas de linho e foda-se a opinião pública.
Isso é uma puta de uma sacanagem com os moradores!! concordo con tudo que vc disse principalmente no utimo paragráfo. politico só quer saber da "opinião pública em época de campanha política" depois "foda-se a opinião pública". mt interessante seu post gostei muito ^^ continue postando bons post assim e se der segue lá meu Blog http://lia-amorim.blogspot.com/
ResponderExcluirObrigado Lia... é q de fato alguém precisa perceber essas patifarias! E pode deixar que já estou seguindo vc!
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